Metas de articulação institucional superadas, acordos firmados com empresas e instituições internacionais alavancam o projeto.

O eixo de parcerias e comunicação do Semear Digital tem apresentado avanços significativos na articulação institucional, no fortalecimento do ecossistema de inovação do projeto e na ampliação das ações de comunicação voltadas aos dez Distritos Agrotecnológicos (DATs). Essa frente, criada após o início do projeto para integrar as atividades de parcerias e comunicação, se consolidou como peça essencial para sustentar o crescimento do projeto, apoiar a execução das ações nos territórios e ampliar a visibilidade das iniciativas científicas.

Segundo a coordenadora de parcerias Luciana Romani, da Embrapa Agricultura Digital, o conjunto de metas estabelecidas inicialmente para a área já foi cumprido e, em alguns aspectos, até superado. Foram estabelecidas colaborações com as instituições fundadoras do projeto e com empresas privadas, universidades, cooperativas e organizações internacionais. Esse trabalho garantiu uma base robusta, capaz de apoiar ações de pesquisa, desenvolvimento, capacitação, testes de tecnologias e ampliação de infraestrutura em diferentes regiões do país.

No último ano, a equipe responsável promoveu a celebração de diversos acordos e instrumentos de cooperação que permitiram o desenvolvimento de estudos conjuntos, análises de conectividade, implementação de serviços de internet em localidades rurais, testes de sensores e plataformas digitais, além de atividades de formação em qualidade da água, manejo e automação. Também foi firmado um acordo com a Mobilizar com Valores, de Portugal, que abriu caminho para trocas técnico-científicas entre pesquisadores brasileiros e instituições portuguesas. Outra parceria promissora foi com o Programa de Cooperação Internacional para a Agricultura do Cone Sul (Procisur). “No campo internacional, lançamos um piloto no âmbito do Procisur, que será replicado na Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de adaptar e expandir a experiência brasileira de transformação digital no campo”, explica Romani.

No âmbito da comunicação, as atividades seguem o previsto no Plano Estratégico de Comunicação do projeto, com produção de notícias, publicação de matérias na imprensa, ampliação do website, além da estruturação da Rede de Comunicadores entre as instituições parceiras.

Para o próximo período, segundo a coordenadora da área de Comunicação Catarina Careta, da Universidade de São Paulo, a prioridade será a ampliação dos “dias de campo”, considerados essenciais para demonstrar resultados concretos e promover trocas diretas com produtores rurais. “A maturidade técnica que já alcançamos em boa parte dos DATs já permite que práticas de manejo, tecnologias digitais, métodos de monitoramento e estratégias de organização produtiva sejam discutidos presencialmente com agricultores, lideranças locais e extensionistas. Essa abordagem é fundamental para estimular a adoção de tecnologias e fortalecer a autonomia das comunidades atendidas”, ressalta Careta.

Parcerias para escalar tecnologias

A parceria com startups é uma das estratégias para acelerar o desenvolvimento, a validação e, principalmente, a escalabilidade das soluções digitais, garantindo que elas cheguem de forma eficaz e acessível aos pequenos e médios produtores rurais. Por isso, estas empresas são foco importante do Semear Digital. A combinação da base científica aliada à credibilidade das instituições de pesquisa, possibilita que as startups atuem com a agilidade, o foco em soluções customizadas e a visão de mercado das empresas emergentes.

Para atrair startups, o Projeto Semear Digital lançou em maio de 2025, um edital de incentivo ao empreendedorismo. Das quinze propostas recebidas, duas foram selecionadas e recentemente iniciaram seus trabalhos. Uma delas atua na área de de embalagens e rótulos e outra em uma plataforma de comercialização e acesso a mercados. Esse caminho, segundo Luciana Romani, tem maior aderência à realidade das comunidades atendidas, pois agrega valor ao produto sem exigir mudanças drásticas na rotina do produtor.

A fim de agilizar a aproximação com startups, a frente de parcerias do Semear está buscando sinergias com a Cubo Itaú, uma organização sem fins lucrativos que reúne startups e investidores em um mesmo ambiente. “A ideia é realizar eventos e rodadas de conversas que aproximem pesquisadores do Semear Digital, empresas emergentes que buscam desafios reais da agropecuária e empresas que já compram produtos oriundos dos DATs. A expectativa é que esse tipo de diálogo gere soluções mais maduras e alinhadas às necessidades das cadeias produtivas atendidas pelo projeto”, exemplifica Romani.

Paula Drummond

Graziella Galinari (MTb 3863/PR)

Contato: agricultura-digital.imprensa@embrapa.br