Um projeto de capacitação está levando a produtores rurais conhecimentos sobre a relação entre polinizadores, produção de alimentos e conservação ambiental. A iniciativa é parte da parceria entre o Semear Digital e a empresa C3 Ambiental para a implementação do programa Floresta & Carbono nos Distritos Agrotecnológicos de Lagoinha e Jacupiranga (SP). Este programa busca promover ações para conservação e recuperação de matas nativas possibilitando que agricultores sejam remunerados, via mercado de carbono, pelos serviços ambientais prestados. A primeira turma reuniu cerca de 20 participantes da região de Lagoinha (SP) em novembro deste ano (2025).

“A capacitação começa com a aplicação de um questionário de diagnóstico aos agricultores, e as dúvidas e interesses levantados direcionam o conteúdo do treinamento”, explica Débora Drucker, da Embrapa Agricultura Digital, que participa do projeto. O curso, que combina apresentações teóricas com atividades práticas em campo, incluindo a observação de estruturas florais e a associação entre flores e seus polinizadores, foi ministrado pela pesquisadora Kátia Malagoli Braga, da Embrapa Meio Ambiente.

Entre as dúvidas mais comuns dos participantes estavam, por exemplo, quais animais são polinizadores, quais são os mais eficientes, como atraí-los e qual a importância da polinização. Além de sanar as dúvidas dos participantes, o curso destacou tópicos como a relação entre a diversidade de polinizadores, as práticas agrícolas e a produção de alimentos e a importância da diversidade de polinizadores na manutenção das florestas e sua relação com a agricultura.

“O impacto desse curso foi muito interessante, acho que realmente oferecemos subsídios para as pessoas pensarem mais sobre a polinização e sua relação com as práticas agrícolas adotadas na produção rural. E eles saíram muito motivados para aprender mais, para aprofundar os conhecimentos”, avalia Débora Drucker.

Próximos passos

Os próximos passos incluem a replicação da capacitação em Jacupiranga no primeiro semestre do próximo ano. “Também seguiremos fazendo capacitações a partir das demandas apresentadas pelos produtores locais. E também continuar com outras frentes do projeto, como o monitoramento da biodiversidade por meio de DNA Ambiental”, comenta Débora Drucker.

Após o curso, a equipe de pesquisadores visitou três áreas de produtores já envolvidos com o programa Floresta & Carbono para avaliar a possibilidade do uso da tecnologia de monitoramento por DNA Ambiental. O método de DNA ambiental consiste na detecção de fragmentos de material genético diluído no ambiente (como na água de riachos, no solo  ou na água de bromélias, por exemplo). Este DNA é comparado com uma base de referência para checar quais as espécies estão representadas no material encontrado.

“A nossa proposta é, a partir do próximo ano, fazer medições em diferentes épocas e para diferentes grupos de organismos para avaliar o potencial do uso do DNA ambiental como ferramenta de monitoramento da biodiversidade”, detalhou a pesquisadora. A proposta é que o estudo subsidie métricas de biodiversidade para certificações voltadas ao mercado de Créditos de Carbono e de Biodiversidade.

Érica Speglich

Graziella Galinari (MTb 3863/PR)
Embrapa Agricultura Digital

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