O objetivo do projeto é superar as desigualdades no campo a partir de pesquisa, desenvolvimento, inovação (PD&I) em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) visando ampliar a produção e produtividade dos pequenos e médios produtores.

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Luciana Alvim Romani durante apresentação na AgriZone da COP30
14 de novembro de 2025

Projeto de Inclusão socioprodutiva e digital da Embrapa é apresentado na AgriTalks

Nesta quinta-feira (13/11), a Arena AgriTalks, instalada na AgriZone, abriu espaço para abordar a inclusão socioprodutiva e digital de pequenas e médias propriedades rurais. O projeto Semear Digital da Embrapa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) com foco no segmento e construído em modelo de inovação aberta foi apresentado em palestra ao público da COP30, que conheceu iniciativa com meliponicultura que associa conectividade e questões do bioma Amazônia.

No centro dos desafios globais, a atividade agropecuária e as tecnologias digitais são decisivas entre segmentos responsáveis pela produção de alimentos que permanecem à margem dessa transformação. A constatação fez nascer o Semear Digital voltado à superação da desigualdade no setor agrícola por meio de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

A pesquisadora Luciana Romani (foto) da Embrapa Agricultura Digital, unidade coordenadora do projeto, disse que, além do objetivo de aumentar a produção e a produtividade de pequenos e médios agricultores, o projeto tem em vista favorecer a sucessão rural, capacitando jovens e mulheres em tecnologias emergentes .

“O ecossistema deve funcionar mesmo após o término do projeto, criando independência para todos“ disse Romani. Para tanto, o modelo de inovação vem sendo construído com base no engajamento do setor produtivo, agentes públicos e comunitários locais, tendo ao centro as dez propriedades rurais, que funcionam como laboratórios vivos.

São os Distritos Agrotecnológicos (DATs) localizados em municípios distribuídos pelos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado em áreas rurais específicas escolhidas por critério científico nas regiões tropical e temperada com alta diversidade produtiva, culturas, pastagens, café e frutas, explicou a pesquisadora

Ao lado de agentes locais, a pesquisa colaborativa que integra o ecossistema conta com o envolvimento de bolsistas e especialistas de 15 centros de pesquisa da Embrapa e das instituições fundadoras CPQD, Esalq-USP, IAC, IEA, Inatel e Ufla. Além de empresas que têm se associado ao projeto de inovação aberta. A parceria envolve cooperação técnica, compartilhamento de laboratórios e centros experimentais para o trabalho com cerca de 15 cadeias produtivas.

Conectividade, Inteligência Artificial e Sensoriamento Remoto, Automação e Agricultura de Precisão, Rastreabilidade, Parcerias e Comunicação além da Seleção dos DATs e Avaliação de Impactos são os seis eixos de atuação do projeto, cujas ações foram detalhados durante a palestra. Com destaque para iniciativas voltadas à sustentabilidade e prevenção de riscos climáticos, por meio da instalação de dispositivos de gestão da irrigação e introdução de redes de estações meteorológicas. E ainda manejo sustentável de atividades extrativistas como a do licuri, cujo mapeamento das árvores vem sendo feito por meio de drone.

Breves – Açaí e mel estão juntos nas ações voltadas às sustentabilidade desenvolvidas pela equipe de pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental apoiadas pelo Semear Digital no DAT Breves/PA. Resultados de pesquisa e tecnologias foram apresentadas em palestra do pesquisador do centro de pesquisa Marcos Enê. O meliponário da Unidade está aberto à visitação na AgriZone.

As abelhas nativas da região protegem espécies ameaçadas e aumentam a produtividade do açaí em até 70%, segundo constataram os pesquisadores que atuam conciliando conhecimentos e práticas ancestrais com o presente das tecnologias emergentes em busca das melhores práticas.

A equipe local desenvolveu e aperfeiçoa tecnologias como o aplicativo Manejatech Açaí, que otimiza as etapas da tecnologia de Manejo de Mínimo Impacto de Açaizais Nativos, desenvolvida pela Embrapa e utilizada por quem maneja o açaizeiro para a produção dos frutos.

Já o Infobee é um espaço virtual que reúne serviços e informações tecnológicas, econômicas e de mercado para que meliponicultores, apicultores e técnicos possam conhecer e adotar boas práticas de manejo.

Expansão – A efetividade que vem sendo alcançada pelo modelo adotado pelo Semear atraiu o interesse de países do Cone Sul, que começam a replicar a iniciativa. Romani informou que um programa piloto com duração de três anos teve início este ano e está sendo articulado por Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Programa de Cooperação Internacional para a Agricultura do Cone Sul (Procisur), com coordenação regional do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina e assessoria e supervisão da Embrapa. O programa deve estabelecer um modelo sustentável para a transformação digital da agricultura, avaliar os impactos econômicos, sociais e ambientais, e aprimorar o acesso de agricultores familiares às tecnologias digitais.

 

Valéria Cristina Costa (MTb. 15533/SP)
Embrapa Agricultura Digital

Contatos para a imprensa
agricultura-digital.imprensa@embrapa.br
Telefone: O pesquisador Marcos Enê apresentou resultados de pesquisa com abelhas nativas

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