Formações e vivências marcam o processo de transição para a agricultura digital
O projeto Semear Digital busca desenvolver soluções tecnológicas digitais no campo para ampliar a produção e a produtividade dos pequenos e médios produtores rurais conectando inovação e sustentabilidade. Esse processo envolve diferentes etapas, começando com um diagnóstico das áreas que são alvo do projeto (os Distritos AgroTecnológicos – DATs), das cadeias produtivas e dos desafios para a transição para a agricultura digital.
Para enfrentar esses desafios é necessário mais do que o acesso à internet e o desenvolvimento das tecnologias em si. É preciso, também, criar redes de cooperação entre os produtores envolvidos, compreender os diferentes aspectos de cada cadeia produtiva e aprender a fundo a aplicação dessas tecnologias no dia a dia das propriedades rurais.
Com isso em mente, a equipe de pesquisadores do projeto Semear Digital tem promovido cursos, vivências e reuniões sobre diferentes tópicos nos DATs.
Gestão aplicada à piscicultura
Gestão de custos, rentabilidade e viabilidade econômica foram os tópicos tratados pelo professor Omar Jorge Sabbag (Unesp) durante curso realizado em 11/09, online. O objetivo foi capacitar produtores sobre como fazer a gestão financeira da piscicultura por meio de elaboração de fluxo de caixa, análise de viabilidade econômica com interpretação de indicadores econômicos para tomada de decisão.
A iniciativa resultou de levantamento realizado no âmbito do projeto Semear Digital que identificou os altos custos de produção entre os principais desafios do segmento, a ser enfrentado com apoio de informações sobre gestão e planejamento. “O evento contou com cerca de 50 participantes de diversas regiões do Brasil, ampliando o alcance e o impacto da iniciativa“, avalia a pesquisadora Janaína Kimpara, da Embrapa Agricultura Digital.
Formação em cooperativismo
Em Boa Vista do Tupim (BA), agricultores ligados às cadeias produtivas do Licuri e do Mel participaram de uma formação sobre cooperativismo. “A meta é a formação de uma cooperativa que atenda as duas cadeiras produtivas juntas, já que elas se complementam e favorecem a região como um todo e o desenvolvimento de soluções digitais para a comercialização dos produtos”, explica Francine Procópio, pesquisadora do Semear Digital e da ESALQ/USP.
A formação foi realizada em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado da Bahia e abordou questões legais como o processo de formação e funcionamento de uma cooperativa e as diferenças legais e práticas entre associações de produtores e cooperativas.
O processo de formação contou, também, com visitas técnicas a agroindústrias regionais formadas por pequenos produtores rurais, como a Associação Flor Nativa, de apicultores do Vale do Capão.
Valéria Costa – MTb. 15533/SP
Érica Speglich
Contato: agricultura-digital.imprensa@embrapa.br


