O objetivo do projeto é superar as desigualdades no campo a partir de pesquisa, desenvolvimento, inovação (PD&I) em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) visando ampliar a produção e produtividade dos pequenos e médios produtores.

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15 de julho de 2025

Comitê Consultivo Internacional do Semear Digital participa de Workshop e visita técnica

Em julho de 2025, os cientistas que integram o Comitê Consultivo Internacional (CCI) Douglas Morton, da Nasa, Ermias Kebreab, da Universidade da Califórnia, e Mihai Datcu, do Centro Aeroespacial da Alemanha, participaram do II Workshop Científico do Centro Semear Digital e acompanharam a visita técnica a Distritos Agrotecnológicos (DATs) localizados em dois dos dez municípios atendidos pelo projeto. O CCI tem como finalidade acompanhar as atividades do Centro, promover o intercâmbio com instituições estrangeiras e contribuir com sugestões sobre o andamento e direcionamento das pesquisas e ações realizadas. Esta foi a segunda vez que o Comitê esteve no Brasil para atividades do projeto Semear Digital. Em 2024, o grupo visitou o DAT de Caconde e instituições associadas, como a Esalq/USP e o Instituto Agronômico (IAC). Também faz parte do CCI o cientista Fedro Zazueta Ranahan, da Universidade da Flórida, que não pode participar da missão.

Comitê visitou os Distritos Agrotecnológicos de São Miguel Arcanjo e Jacupiranga

Entre os dias 2 e 4 de julho, os membros do CCI visitaram ações desenvolvidas nos DATs de São Miguel Arcanjo e Jacupiranga, ambos em São Paulo. No DAT de São Miguel Arcanjo a comitiva visitou áreas de irrigação de uva fina de mesa e de produção de trigo, com experimentos em andamento do Instituto Agronômico (IAC) e da Embrapa, assim como a torre de conectividade instalada pela equipe do CPQD, instituição também associada o Semear Digital. Representantes das comunidades e do poder público local apresentaram as cadeias produtivas da agricultura familiar.

No DAT de Jacupiranga, na região do Vale do Ribeira, os membros do CCI conheceram detalhes de experimentos com banana e piscicultura instalados na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta Regional). Agroindústrias de processamento de mel, palmito, banana e uma planta de produção de filés de peixes também foram visitadas.

Na Fazenda Univale, além da visita às áreas de cultivo da banana, houve uma demonstração de protótipo de equipamento para acesso à internet de suporte ao gerenciamento de propriedades rurais, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel).

Para Ermias Kebreab, a visita foi uma ótima experiência para observar como a transformação digital está ocorrendo. “Vimos uma expansão significativa das áreas conectadas pela agricultura digital e visitamos plantações de banana, trigo e outras culturas em diferentes comunidades. Todos estão se conectando, o que permitirá acesso a informações atualizadas minuto a minuto, melhorando muito a produção. Agora é possível entender o sistema de produção, os insumos e as necessidades em tempo real”, explicou Kebreab. Para os próximos passos do Semear Digital o pesquisador recomenda aprofundar a colaboração entre os especialistas nas cadeias produtivas escolhidas e os especialistas em agricultura digital, enfatizando que “é preciso unir conectividade e interpretação dos dados para poder ajudar os agricultores a se tornarem mais produtivos e sustentáveis”.

A visita técnica também foi marcada pelo encontro com a Mata Atlântica, já que o Vale do Ribeira tem uma das porções mais preservadas do Bioma no estado de São Paulo. “A extensão preservada é surpreendente. A floresta é tão densa que não era possível enxergar além de duas ou três árvores de profundidade — um sinal de preservação natural. Foi incrível vê-la em seu estado original”, comentou Kebreab. Segundo Douglas Morton, durante a visita foi possível perceber uma forte conexão dos produtores rurais com essa paisagem característica da região. “Essa conexão oferece uma grande base, uma plataforma para construir as oportunidades para as próximas gerações de agricultores, tanto para uso de tecnologias quanto para seus produtos”, destacou Morton. Para o projeto, ainda segundo ele, também é uma chance importante de avanços em PD&I investindo nestas conexões entre produção agrícola, conservação da natureza e os povos que vivem na região.

Painel discutiu emergência climática e inteligência artificial

Painel sobre emergência climática e inteligência artificial no II Workshop Científico do Semear Digital. Foto: Lilian Alves.

Durante o Workshop, em 30 de junho, membros do CCI participaram de um painel que abordou as perspectivas da transformação digital no campo frente à emergência climática global, com foco em coleta de dados e inteligência artificial (IA) aplicada à agricultura.

O coordenador de pesquisa e desenvolvimento do Semear Digital, Jayme Barbedo, da Embrapa Agricultura Digital, mediou o debate entre os membros do CCI. Os pesquisadores reconheceram que a IA não é perfeita e que há vieses dentro dos modelos, sendo essencial considerar os contextos, indicando a necessidade de curadoria responsável. No entanto, há consenso de que a ferramenta tem muito a contribuir com a agricultura para extração de informações a partir de dados.

Os participantes destacaram a importância de atuar na educação dos segmentos com menor acesso, especialmente entre jovens e mulheres rurais, como tem buscado o Semear Digital. “No projeto temos lidado ainda com o letramento mais básico sobre o que é a tecnologia digital e como utilizar, mas é inevitável entrarmos na seara da IA também”, avalia Barbedo.

 

Valéria Cristina Costa (MTb. 15533/SP)

Graziella Galinari (MTb 3863/PR)

Érica Speglich

Contato: agricultura-digital.imprensa@embrapa.br

 

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